sexta-feira, 1 de maio de 2020

O sonho que eles não viveram


Tinha acabado de acordar, quase cinco da tarde. Que loucura esses tempos de pandemia. O grupo dos amigos discutia que, enfim, o Liverpool tinha sido o campeão. Nem pesquisei, na hora me bateu uma certa deprê. Deprê pq sempre que um grande time, uma grande torcida, deixa um fantasma para trás de forma merecida, a devoção dessa gente (os torcedores) tem de ser entendida. De ser respeitada. Quase trinta anos deixados para trás numa campanha fantástica mas que, não tem memória a ser contada. Fiquei mal. 
Fui no Google e Twitter para pesquisar sobre a decisão. Não achei nada. Voltei ao grupo e questionei. Era só uma discussão no grupo. Ainda sem definição. Sosseguei. 

Sentei pra jogar enquanto ouvia o Podcast da Trivela Edição 275. Aí que a discussão tomou a mesa e Leandro Iamin (eu adoro a visão de Leandro Iamin do mundo e fico muito feliz quando me dou conta de que a visão dele se assemelha a minha em tantos pontos), falou sobre isso. E aí que resolvi escrever sobre a situação. 

Pra gente que vive futebol e tem nesses momentos sonhos e memórias que jamais sairão do coração, como explicar pra essa gente, pra esses torcedores, que o campeonato sonhado por quase trinta anos, terminou assim, sem mais nem menos, numa nota oficial de uma entidade? O Liverpool é campeão, ora, todos queriam isso. É fato. Mas queriam criar as memórias, o gol do titulo, o time posado pra virar poster e o jornal do dia seguinte.. Como negar isso a uma gente que se dedicou tanto e acreditou mesmo quando pareceu que jamais aconteceria de novo? Pra essa gente que dividiu tantos momentos, bons e ruins. E como foram muitos os momentos ruins para essa torcida apaixonada nos últimos anos. 

O sonho, 29 partidas e vinte e sete vitórias, que capricho, precisa continuar. Pra isso, a temporada precisa continuar de onde parou. E não importa o quanto tempo isso leve. Em relação a isso, Bruno Bonsanti explica o que, convenhamos, nem precisa de muito para ser entendido. A essa altura do campeonato, uma temporada fatalmente deixará de existir. E, nesse sentido, é muito melhor que a temporada deixada para trás seja a não jogada. Por isso, no meu ponto de vista, a CBF tem a menor das dores de cabeça possível. Ainda que entre a questão comercial, decidir os rumos de um campeonato que ainda não começou é muito mais fácil que decidir por um campeonato em curso, seja ele avançado ou prematuro. 


A torcida do Liverpool, resta aguardar a decisão da entidade competente e se perguntar, ainda mais, quando tudo isso terá fim. Roteirista nenhum seria capaz de colocar tanto sofrimento nas costas dos reds. Mas ao contrário de muitos capitulos, essa, ao menos parece, não depende tanto assim do imponderável, já que é uma decisão da liga. E ressalto o que foi colocado na edição do podcast, terminar o campeonato sem definir um campeão seria desrespeitoso. Termina-lo de forma burocrática, também. 

Do lado de cá, o que deixei claro, sigo minha torcida pelo titulo do Liverpool. Mas que ele aconteça num retorno aos gramados, com gente na arquibancada, nas ruas e pubs da cidade dos Beatles, pq depois de tudo que essa gente passou, é assim que um titulo deve ser vivido. Vivido e não sentenciado. 

Afunda, mundo! 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Dica de Ouro: O Futebol, de Sérgio Oskman

Se eu pudesse dar só uma indicação a todo fã de futebol seria essa. O filme O Futebol, de Sérgio Oskman. 

Em 2014, enquanto Sérgio Oskman tomava decisões importantes – queria retomar o contato com o pai, de quem estava afastado, e uma boa forma foi convidá-lo para assistir aos jogos da Copa e, depois, convencê-lo a deixar-se filmar,- na Romênia, um ator importante, Corneliu Porumboiu, fez outro filme sobre conversas entre pai e filho em torno do futebol. Porumboiu é um dos grandes autores que colocaram o cinema romeno no mapa. É dele O tesouro. Seu longa de futebol se chama The Second Game. O filme que  Sérgio Oskman fez sobre sua tentativa de reaproximação com o pai se chama, simplesmente, O futebol, mas o que menos tem é o esporte. O Futebol também estrou na quinta, 21. No fim de semana passado, venceu a competição brasileira do É Tudo Verdade. Não representa pouca coisa. Por: Luiz Carlos Merten, O Estado de São Paulo - 25 de Abril de 2016 - Clique para ler

Se o leitor acompanhar este recorte do jornal após ver o trailer vai logo ligar uma das citações do trailer "Uma metáfora de futebol para falar da vida" com a linha que diz que, embora o filme se chame O futebol, o esporte é o que menos aparece. É claro que a interpretação e as emoções que o filme desperta em cada um é diferente. Mas na visão desse blogueiro, o filme é exatamente sobre futebol.
É sobre o dia-a-dia, no filme a relação pai e filho, mas com tios, avós, tias, amigos e amigas, que alimenta toda essa paixão. As relações que construímos por causa do futebol é o que de melhor levamos em toda essa loucura. Essas pontes, só permitidas em razão dê, dão o tom ao filme assim que Sérgio tenta se reaproximar do pai no ano de Copa do Mundo no Brasil. É delicioso ver pai e filho relembrando memórias de infância ou então decifrando os barulhos da torcida. Eu mesmo sou capaz de lembrar de um dia como esse, no Pacaembu, bilheterias lotadas e bola já rolando. Era eu com meus amigos tentando ter a certeza de que aquele som da torcida era (ou não) gol. Nos vemos em algumas dessas cenas.
Assista com o coração, principalmente se você é daqueles que se relaciona de verdade com isso tudo. E quando eu digo de verdade, quero dizer na empatia, boa convivência, respeito e cultivador de relações. 
Uma Copa do Mundo, todos sabem, é o momento mais especial para os fãs de futebol. Sérgio e o Sr. Simão vão viver isso juntos enquanto se conhecem novamente. Qualquer coisa que eu contar, daqui para frente, é falar demais.
O esporte é metáfora de vida mesmo, e das mais diversas maneiras que se pode pensar. Em O futebol, tudo isso é maximizado. Assista O futebol. 

Foto: DIV
ONDE ASSISTIR



domingo, 2 de fevereiro de 2020

Fonte Nova - Redes

Olá, amigos! Fui intimado por um amigo, agora não sei se o Bruno ou o Gabriel, a voltar a postar nesse blog. Tem algum tempo que fiz uma thread no twitter com redes de estádios, inspirado em uma página no facebook. A exemplo de muita coisa que só começo e não dou sequência, o fio morreu. Mas vou tentar retoma-lo aos poucos por aqui. 

ESTÁDIO OCTÁVIO MANGABEIRA - SALVADOR - BAHIA

O Estádio Octávio Mangabeira, popularmente conhecido como Fonte Nova, foi projetado e construído visando o quarto centenário da cidade (1549-1949) e a Copa de 1950. O atraso nas obras impediu sua participação no evento, sendo inaugurado apenas seis meses após o certame, em janeiro de 1951. 
Estádio Octávio Mangabeira 
Ainda que o equipamento fosse publico, o Esporte Clube Bahia foi o esquadrão que mais vezes jogou no estádio. O maior embate do estado aconteceu nesse estádio por mais de trezentas vezes. Na foto é possível visualizar a saída para o Dique de Tororó, característica mantida após a reforma. 
A Fonte Nova já passava por dias inglórios ao considerada um dos piores estádios do país. Em 25 de Novembro de 2007, sessenta mil pessoas foram ao estádio para o embate do Tricolor de Aço com o Vila Nova, em confronto válido pela Série C do Campeonato Nacional, quando perto dos trinta e cinco do segundo tempo, um nível da arquibancada superior cedeu e acidentou muitos torcedores. A queda, superior a vinte metros, vitimou sete pessoas e deixou muitas outras feridas¹. Foi a ultima partida do estádio.  

No dia seguinte, o engenheiro Vicente Castro afirmou que o estádio deveria ser implodido. Isso, é claro, dividiu a opinião publica. O torcedor tinha carinho pelo estádio, retrato de uma época que se maximizou o populismo do futebol com grandes monumentos. Um dia depois, Jaques Wagner, Governador do Estado, confirmou que o equipamento daria lugar a um Estádio novo e com condições para receber a Copa do Mundo de 2014, o Brasil havia conquistado o direito de ser país sede naquele ano. 

Nova Arena Fonte Nova 
O novo equipamento foi inaugurado num Bavi vencido pelos rubronegros, 5x1. O estádio foi sede, recebendo inclusive a seleção nacional, de partidas da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo de 2014. 

AO QUE INTERESSA

Chega de firula! Ao que interessa e o que nos traz saudade... As redes do antigo estádio.
Clássica nos anos noventa, a rede da Fonte Nova recebia com um abraço a redonda. Fazia onda no véu da noiva e lá a bola morria, como sempre deveria ser. E não pense você que o fascínio pelas redes do Octávio Mangabeira são exclusividade desse paulista. Aposto que o torcedor Baiano tem saudade daqueles dias. Alguns até revisitam aquelas tardes numa pesa de futebol de botão. 


Redes de futebol de Botão Fonte Nova anos 90, a venda no sempre sensacional Traves Giva². 

É esse tipo de rede que mais aprecio, funda, com o barbante caído num triângulo-retângulo. Redes são importantes, meus amigos. Como não há muito o que dizer de uma rede bem feita, mais uma imagem selecionada para apreciação. 

Partida entre Bahia e Flamengo
Para além da imagem, tão característica daqueles dias, as dezenas e dezenas de placas de publicidade por trás da baliza. Essa, provavelmente, a das arquibancadas. Para encerrar, sugiro este vídeo, do triunfo do esquadrão tricolor sobre o Santos, em 1988. Que camisa maravilhosa a do Bahia!


Vida longa ao Bahia! A Fonte Nova, que nem tem tanta cara de Arena (pelo menos na minha opinião), ainda conta com uma rede que recebe bem a redonda, e não bastasse o estilo que esse cidadão aprecia tanto, a rede ainda conta com o mais belo traço que se pode ter: as cores do mandante. 

2019

Espero atualizar o blog com mais frequência. Um abraço a todos! Volto a qualquer instante! 


SUGESTÕES: 

DAS CIDADES ATINGIDAS PELA COPA - SALVADOR
A quem possa interessar, sugiro a leitura do artigo publicado pelo saudoso GIlmar Mascarenhas no site ludopédio, que trata a mudança no estádio para além do óbvio e do que é mais importante que a alteração estrutural, a mudança da relação do equipamento publico com o cidadão. 
https://www.ludopedio.com.br/arquibancada/das-cidades-atingidas-pela-copa-salvador-ba/

UM BRASIL QUE SE FOI: O PAÍS DOS ESTÁDIOS GIGANTES
Para entender a importância desses equipamentos monumentais na sociedade brasileira. Também, é claro, de Gilmar Mascarenhas. Gilmar teve sempre um olhar muito apurado num dos assuntos que mais me interessa. Recomendo fortemente. 
https://www.ludopedio.com.br/arquibancada/um-brasil-que-se-foi-o-pais-dos-estadios-gigantes/

LINKS
¹ Tragedia na Fonte Nova: https://globoesporte.globo.com/ba/noticia/tragedia-da-fonte-nova-as-reportagens-que-detalharam-a-dor-do-25-de-novembro.ghtml
² Traves Giva: http://travesgiva.blogspot.com/

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Seleção Brasileira 1982

É conhecida a história da seleção canarinho no Mundial de 1982. A foto, no canto direito deste blog, faz com que os fatos sejam lembrados a todo momento. A capa do Jornal da Tarde já foi tema de várias matérias no meio esportivo. Por todo o significado daquela imagem e daquele "silêncio". Uma das matérias podem ser lidas se você clicar aqui.


Escrete canarinho e azzurri.


Em pé: Valdir Peres, Leandro, Oscar, Falcão, - e Junior
agachados: Sócrates, Toninho Cerezo, Serginho, Galo e Éder 


A Campanha do Brasil na Copa do Mundo da Espanha de 1982

Brasil 2x1 União Soviética - Sócrates e Éder / Bal

Brasil 4x1 Escócia - Zico, Oscar, Éder e Falcão / Narey

Brasil 4x0 Nova Zelândia - Zico 2x, Falcão e Serginho 

Argentina 1x3 Brasil - Díaz / Zico, Serginho e Junior

Itália 3x2 Brasil - Paolo Rossi 3x / Sócrates e Falcão



Éder cobra corner pela direita de ataque no mundial da Espanha.


Paolo Rossi vence Valdir Peres na tarde em Sarriá, 



O tetra viria 12 anos depois, no Estados Unidos em 1994. O treinador na ocasião era Carlos Alberto Parreira.


O belo uniforme da seleção e a beleza da flâmula da seleção tri-campeã. 


Zico deixa o gramado após a derrota e eliminação no mundial de 1982. Quatro anos mais tarde, Zico seria pego para Cristo ao perder pênalti contra a França em jogo que terminou com mais uma eliminação da seleção brasileira. 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Bragantino

TIME NA PAREDE DE HOJE: BRAGANTINO


Que me desculpem os amigos de Bragança Paulista, mas hoje o time é só memória, assim como a VASP, estampando o peito do Campeão Paulista de 1990. Os dois não existem mais. Campanha do título: 37J 18V 12E 7D 43GM 22GS 17SG.


Quem escala o esquadrão? Aqui já sem a VASP e com Coca-Cola no peito. Viva a Dellerba! 


Mauro Silva, a camisa Carijó e a VASP. Isso aqui é puro suco de memória noventista! 
Gola V com polo, estilo seleção brasileira de 1986, a Dellerba vestiu o Massa Bruta com estilo e os bragantinos ainda puderam ostentar o patch de campeões paulista nas mangas. O estádio é o Marcelo Stéfani.



terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Copa do Mundo 2006


Em pé: 1Buffon, 23Materazzi, 9Toni, 3Grosso, 10Totti
Agachados: 8Gattuso, 21Pirlo, 16Camoronesi, 5Cannavaro(c), 19Zambrota e 20Perrota


Campanha: 1° Fase: Itália 2x0 Gana, Itália 1x1 Eua e 2x0 Rep. Tcheca; Oitavas de Final: Itália 1x0 Australia; Quartas de Final: Itália 3x0 Ucrânia; Semi Final: Itália 2x0 Alemanha (prorrogação); Final: Itália 1(5)x(3)1 França. Leia mais.




Eis o Brasil, eliminado pela Itália nas quartas de final.
Em pé: 1Dida, 3Lucio, 4Juan, 7Adriano, 5Emerson, 2Cafu (c)
Agachados: 10Ronaldinho, 6Roberto Carlos, 8Kaka,11Zé Roberto e 9Ronaldo.


Quem escala o esquadrão anfitrião? A Alemanha caiu na semifinal quando derrotada pela seleção italiana. Os nomes que lembro: 
em pé: 1Lehmann, 11Klose, 13Ballack; Agachados: 20Podolski, 16Lahm, 8Frings e 7Schweinsteiger.


Democracia Corinthiana

Em 1982 o Corinthians não era só um dos times com a maior torcida do Brasil - era o time capaz de mostrar, em plena ditadura militar, que liberdade e democracia eram valores possíveis. Um dos maiores movimentos políticos do futebol mundial, a Democracia Corinthiana foi uma época histórica para o clube e para o país. Leia Mais.